Coisas Que Ardem Facilmente é uma distopia contemplativa sobre perda e fogo - tanto objetiva, como metafórica. Interessa-se pela realidade ecológica em que existimos enquanto sociedade, isto é, a situação problemática do aquecimento global, dos incêndios e de outras catástrofes cada vez mais presentes nas nossas vidas, bem como pelos mecanismos mais rudimentares de sobrevivência humana face à crise. A peça procura compreender os mecanismos de opressão e medo que fazem brotar a violência e a alienação nestas situações, e os modos de organização de uma sociedade disfuncional e egoísta, resultado da experiência de indivíduos sujeitos a sofrimento.
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Coisas Que Ardem Facilmente narra a história de um lugar modesto, longe de qualquer civilização ou cidade maior, onde as pessoas que foram afetadas por uma grande catástrofe natural (quiçá provocada pelo homem) vivem em condições relativamente simples. Algumas destas pessoas acreditam que foram alvo de uma injustiça épica e irreparável, e que deve existir um sistema que assuma responsabilidade e que as compense pelas consequências sofridas. Quanto mais não seja, os membros da comunidade devem partilhar um espaço de conforto. Outros não acreditam em tais coisas. O seu ceticismo dita uma imagem muito rigorosa do mundo, em que todos os indivíduos constituem uma potencial ameaça e a única certeza advém do isolamento social e societal, do afastamento de estruturas sociais complexas e da construção autónoma dos seus próprios sistemas de sobrevivência e de crença. Estes dois princípios - um interligado, outro alienado -, anulam-se mutuamente. Quando uma nova ameaça surge no horizonte, a tragédia transforma-se num insuportável mal-entendido entre estes dois princípios.
No final, coloca uma questão: quanto do conhecimento invisível ignoramos ao não percecionar a história íntima dos que habitam os mesmos lugares antes de nós - independentemente desta história oferecer soluções que já não somos capazes de compreender nos dias de hoje, ou se serve de aviso de uma crueldade primitiva à qual não queremos regressar.
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Espetáculo desenvolvido no âmbito do projeto Stronger Peripheries: A Southern Coalition (Tandem “Work and Happiness”), cofinanciado pelo programa Europa Criativa da União Europeia, com coprodução da ARTEMREDE/Município de Santarém. A artista Vedrana Klepica esteve em residência de pesquisa em Santarém por um mês, em Novembro e Dezembro de 2023, período em que tomou contacto com diversas organizações ambientais e indivíduos que lidam com a realidade e as implicações ecológicas, políticas e pessoais dos fogos florestais.
DURAÇÃO 1h15
PÚBLICO-ALVO Adultos
FAIXA ETÁRIA [IGAC] M/16
GÉNERO ARTÍSTICO Teatro
Ficha Artística
Texto e direção: Vedrana Klepica
Interpretação: Vladimir Aleksić, Hrvojka Begović, Lea Jevtić
Direção de movimento: Magdalena Reiter
Cenografia e figurinos: Petra Pavičić
Música e desenho de som: Hrvoje Nikšić
Desenho de luz e vídeo: Luka Matić
Fotografia: Jelena Janković
Tradução: Marija Andrijašević
Assistente de direção e assistente de palco: Srđana Vrsalović
Produção e distribuição: Silvija Stipanov
Mediador Santarém: Gabriel Silva
Agradecimentos residência de pesquisa Santarém: AGIF, Agrupamento de Escolas Dr. Ginestal Machado, Professores Luís Mouzinho e Sara Gabriel e alunos do Curso Profissional de Intérprete, AP Flor, ASPEA - Associação Portuguesa de Educação Ambiental, AVIGP - Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (Dina Duarte), Camilo Solnado, GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, Graça Lázaro, Grupo Desportivo e Cultural “Os Galitos da Várzea”, Iara Peixoto, Inluto - Associação Portuguesa de Cuidados Integrados no Luto, João Camargo, João José, João Viola, Manuel Botelho Oikos, Quercus, Ricardo Venâncio Lopes, Rui Rosinha, Simão Botelho, Tiago Mota Saraiva
Coprodução: Ganz New Culture of Change (HR), POGON - Zagreb Center for Independent Culture and Youth (HR) e ARTEMREDE (PT) em associação com o Município de Santarém (PT), no âmbito do projeto Stronger Peripheries: A Southern Coalition, cofinanciado pelo programa Europa Criativa da União Europeia
Parceiro institucional: República Portuguesa - Cultura I Fundo de Fomento Cultural / Direção-Geral das Artes
Apoio: cidade de Zagreb, Ministério da Cultura e dos Media da República da Croácia, Fundação Kultura Nova
Parceiro: Festival Belef (RS)
Apoio à residência: Centar mladih Ribnjak (HR)
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Apresentação informal em Territórios ARTEMREDE:
SANTARÉM
Teatro Sá da Bandeira
Sexta-feira, 24 de Maio | 14h30 - prioridade público escolar (ensino secundário)
Sábado, 25 de Maio | 21h30
Informações e Bilheteiras
Teatro Sá da Bandeira
Horário de Abertura ao público: 3ª a 6ª feira – 10:00 às 12:00 / 14:00 às 16:00
Nos espetáculos a realizar em horário de encerramento, a bilheteira abre 1 hora antes
Encerrado ao Sábado, Domingo, Segunda-feira e Feriados
Fora do horário de abertura ao público, a venda e reservas de bilhetes é possível nas lojas Worten, CTT e FNAC e através da plataforma online BOL ->> link aqui
Contactos:
T. 243 309 460 | teatrosabandeira@cm-santarem.pt
Imagens ©Jelena Jankovic