Marvila [Lisboa]

TERRITÓRIO E COMUNIDADE

Antiga zona de veraneio da aristocracia e da alta burguesia, nos séc. XVII e XVIII, Marvila industrializou-se no século XIX, enchendo-se de vilas e pátios operários aos quais, na primeira metade do século XX, se vieram acrescentar bairros de barracas onde residiam, em condições extremamente precárias, os operários provenientes do norte do país. Para realojar estas pessoas, inicia-se um esforço continuado de construção de habitação social em Chelas, na zona interior norte da freguesia, prosseguido pela Câmara Municipal de Lisboa até à década de 1990.

A freguesia é constituída, assim, por duas grandes zonas, separadas pela linha do caminho de ferro: ​o interior norte onde coexistem os bairros de habitação social afastados entre si por vazios urbanos (assemelhando-se a um arquipélago) e a zona ribeirinha que, tendo-se se degradado nas últimas décadas, devido ao encerramento das fábricas e dos armazéns, tem sido objecto de um recente processo de gentrificação com a reutilização de muitos espaços devolutos para atividades criativas, de restauração e cowork.

No Bairro dos Alfinetes, uma das referidas "ilhas" de habitação social, foi inaugurada em dezembro de 2016 a Biblioteca de Marvila, centro sociocultural que tem tido um impacto significativo na quebra do isolamento desta zona da cidade, funcionando como uma incubadora de vários projetos de intervenção social e cultural no território. ​