Nesta primeira farsa portuguesa de 1509, justamente de leitura recomendada para o 9º ano, Gil Vicente satiriza a perturbação dos costumes e a sangria de homens válidos causadas pela miragem de enriquecimento fácil no Oriente. Sendo do teatro, em vez de se explicar, cria uma situação. Retrata uma mulher deixada pelo marido com casa posta e rédea solta nos três anos da torna-viagem à Índia. Esperta e viçosa, ajuda-se da sua criada para se divertir jogando entre amantes. Quando o marido regressa de uma viagem árdua e de pura perda, manobra-o com igual desenvoltura. Para Gil Vicente, tradicionalista, esta mulher em posição dominante epitomiza um novo «mundo às avessas». Ironicamente chama-lhe Constança.
A nossa dramaturgia, fiel ao texto, materializa a metáfora central empregando as tradições carnavalescas portuguesas– as duas mulheres são representadas por matrafonas gigantes, barbudas, que literalmente manipulam todas as personagens masculinas representadas por marionetas. Um guitarrista enriquece a ação com comentários musicais.
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Artista: FOLIA
Género Artístico: Teatro de marionetas
Classificação etária: M/12
Duração: 45'
Touring in Artemrede's Territories:
SESIMBRA Cineteatro Municipal João Mota | 16 de fevereiro de 2023, quinta-feira, às 14:30*
TORRES VEDRAS Escola Secundária Henriques Nogueira | 6 de fevereiro de 2023, segunda-feira, às 10:00*
Escola EB 2,3 do Maxial | 6 de fevereiro de 2023, segunda-feira, às 14:00*
* Sessões escolas.
Dramaturgia e Encenação José Henrique Neto Construção de marionetas Diogo Vaz Cavaleiro e J.H.Neto Música original João Lima e J.H.Neto Interpretação e Manipulação César de Melo e J.H.Neto Execução musical ao vivo Ricardo Quinteira Som Luís Ratinho Figurinos por J.H.Neto (marionetas) e Virginia Rico (vestidos de Constança e Moça, restaurados por J.H.Neto) Cartaz Diogo Vaz Cavaleiro
Imagem © Carolina Lecoq 2021